AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DE CIÊNCIAS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DE CIÊNCIAS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Para ter em mente...
- Ao pensarmos em avaliação da aprendizagem a primeira questão que devemos ter em mente é que a avaliação não é uma mera ‘’verificação da aprendizagem’’;
- Avaliar não é dar provas, corrigir provas, avaliar não é atribuir uma nota para o aluno e avaliar não é dar uma atividade e nunca mais comentar sobre ela;
- A avaliação constitui-se como uma questão séria, difícil, uma missão que envolve cautela, responsabilidade, consciência e entendimento do professor acerca dos objetivos que ele pretende alcançar com a sua turma;
- A avaliação é tida como uma tarefa diária que o professor terá que fazer no exercício da sua profissão.
Quem é o avaliador?
- O avaliador é o sujeito responsável direto pelo processo que vai avaliar;
- O avaliador é o professor não é qualquer pessoa ou alguém terceirizado;
- O avaliador é o professor que está na sala todos os dias convivendo com os alunos e inserido numa realidade desafiante e repleta de múltiplas possibilidades de aprendizagem.
A partir do que a avaliação é constituída?
- A avaliação é constituída a partir da filosofia do docente, das visões do professor acerca do que é ensinar, do que é educação, do que é aprender, do que é a escola e do mais importante o que é ser estudante e qual o papel do estudante.
O processo de sondagem dos conhecimentos...
- ‘’O que o meu aluno já sabe sobre aquele tema?’’;
- ‘’O que o meu aluno já tem de conhecimentos prévios?’’;
- ‘’O meu aluno sabe mais alguma coisa para além daquele tema?’’;
- ‘’O meu aluno relaciona o conteúdo com alguma vivência prática?’’;
- Essa avaliação, é importante pois propicia ao docente a oportunidade de diagnosticar o que a turma já sabe, para que, a partir disso, seja possível trazer novas informações que agreguem aos conhecimentos já adquiridos.
Avaliação contínua...
- Consiste na avaliação que o professor realiza diariamente todos os dias e em todo momento da aula;
- No seu diário de bordo, o docente anota as observações que ele teve da sua turma;
- O que ele observou que avançou?;
- O que ainda precisa ser melhorado?;
- Há algum aluno que necessita de uma intervenção maior?;
- A partir desses registros que é possível pensar em atividades e na resolução de problemas em prol do pleno desenvolvimento dos estudantes.
Avaliação qualitativa...
- A avaliação qualitativa é importante também por ser uma questão que não diz respeito a uma nota em si, mas a qualidade, o desenvolvimento dos estudantes em cada aula, o seu esforço, dedicação, empenho e comprometimento e isso são questões importantes;
- Por sua vez, a avaliação quantitativa faz parte do processo, entretanto, ela não deve ser vista como uma punição, mas como uma oportunidade de aprendizado;
- Neste ponto, o professor passará as atividades com uma dificuldade adequada para o perfil da turma, mas não focará somente nisso deverá ser pensado na revisão, na correção coletiva e individual, estabelecendo um espaço, para que os alunos discutam acerca da atividade e das suas dúvidas.
Avaliação no ensino de Ciências...
- A avaliação de Ciências pode partir da multiplicidade de exercícios que foque no protagonismo do estudante;
- Na formação de um ser crítico, investigativo, que crie objetivos, levante hipóteses e faça testes acerca desse estudo, focando inicialmente numa situação problema;
- A aprendizagem mais intrigante no ensino de ciências parte de um problema real, atual e importante para a sociedade.
Possibilidades de trabalho com o ensino de Ciências...
- Sondagem dos conhecimentos dos alunos;
- O que os meus estudantes sabem sobre ciências?;
- Pelo que eles se interessam?;
- O que eles gostariam de aprender em ciências?;
- Onde eles visualizam a ciência na sociedade?;
- Considerando os anos iniciais do Ensino Fundamental é possível trabalhar com jogos, desenhos, filmes, vídeos, música e atividades práticas para instigar a curiosidade;
- Mas também é plausível relacionar o que é mostrado nessas produções com a nossa disciplina em sala de aula;
- O que é real e o que não é real?;
- O que vocês viram nessa produção que se relaciona com o conteúdo que estamos estudando?;
- Vivências tanto no laboratório da escola; quanto na sala de aula mesmo, caso a instituição não tenha um local exclusivo para o laboratório;
- Através dos próprios jogos tanto virtual, quanto físico seria possível propiciar momentos, no qual os alunos iriam vivenciar o aprendizado prático de ciências.
O processo de avaliação no ensino de Ciências: entre desafios e possibilidades
- O processo de pensar em avaliações individuais para avaliar o que cada estudante aprendeu;
- Avalições em duplas, trios e pequenos grupos, para que os estudantes estabeleçam trocas de ideias e para que um colega possa ajudar outro com dificuldade;
- É possível pensar em avaliações a cada aula, para que assim os estudantes se preparassem não para uma prova final, mas que tivesse a segurança de conseguir estudar constante, por meio de diferentes atividades;
- A avaliação consiste numa construção que é feita diariamente e não numa única atividade que irá valer pontos para toda etapa;
- A avaliação não é um instrumento de ‘’medição ou verificação’’;
- A avaliação é uma ferramenta que auxilia o professor e os próprios alunos a observarem diariamente o que está funcionando e o que não está funcionando e que necessita de sofrer modificações no cronograma, por exemplo;
- As atividades avaliativas devem ser constantes para que os alunos sintam-se seguros e menos pressionados de ter que fazer uma avaliação final que irá cair tudo que estudou no semestre;
- O professor pode mostrar aos alunos como as atividades não são utilizadas somente para identificar o que foi aprendido, mas para detectar aquela área que necessita de mais atenção;
- Há questões que são um pouco abstratas para as crianças e até mesmo para os adultos. Por isso, é necessário criar diferentes vivências, revisar quantas vezes necessário aquele assunto até que o estudante verdadeiramente aprenda.
O valor da avaliação...
- O sucesso da avaliação não está na nota em si, mas nos efeitos;
- O que propiciou de crescimento para a turma?;
- O que acrescentou no aspecto cognitivo?;
- O que acrescentou nas questões afetivas?;
- O que produziu de atitude naquele estudante?;
- Qual foi a sua reação?;
- O que acrescentou no aspecto motor?;
- O que acrescentou na questão atitudinal e relacional?;
- Que valores aquela avaliação produziu, afinal?.
Para concluir...
- É preciso entender que a avaliação no Ensino Fundamental nos anos iniciais, mais ainda na disciplina de Ciências deve focar em ações que irá fazer com que o estudante pense acerca da sua realidade;
- O estudante necessita de agir como um investigador, pesquisador, crítico, um indivíduo curioso, perguntador, que pense em problemas, crie problemas e crie soluções provisórias;
- É a pergunta, é a dúvida que mobiliza ação e a criança é um ser nato para isso e o professor deve utilizar essa ‘’inquietação’’ ao seu favor e em prol do pleno desenvolvimento dessa criança tornando a aprendizagem e avaliação um momento interessante e produtivo.
Cleodineia de Assis Vieira e
Isabela Matilde Santana de Almeida
Belo Horizonte, 15. 04. 23
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