Escargot e caramujo africano: a substituição que deu errado!

 

Fonte: Escargot | Description, Snail Types, Dangers, & Serving and Cooking Methods | Britannica


Usar o Escargot como fonte de alimentação tem origem a muitos anos atrás desde a época do holoceno a mais ou menos 11,5 mil anos atrás. Resquícios de carapaças são encontrados em sítios arqueológicos da Tunísia até o sul da França, passando pela Grécia, Ucrânia, Portugal e Espanha, demonstrando assim que o escargot é fonte de alimentação em grande parte da Europa ao início da África.

O escargot é um dos pratos culinários mais populares do mundo. Bichinhos sensíveis, as doze espécies de caramujos utilizados pertencem ao gênero Helix. Você sabe por que o preço de um prato de escargot custa os olhos da cara?

Manter um criadouro de escargot não é uma tarefa fácil. Se a temperatura não estiver entre 16 e 26°C, os bichos morrem. Demora seis meses até que eles cresçam e atinjam 15 gramas, tamanho ideal para o consumo. Antes de abatê-los, é preciso deixar os caramujos sem comer nada por cinco dias, para limpar o intestino deles. A maior parte dos criadouros fica na Europa, o que encarece ainda mais o preço.

No final da década de 80, ocorreu uma feira de agropecuária no estado do Paraná. Nesse evento, estavam sendo vendidos caramujos coletados na África da espécie Achatina fulica como uma alternativa mais barata que o escargot. Os compradores receberam um manual de como criar os moluscos popularmente conhecidos como caramujos africanos. Porém, quem comprou saiu no prejuízo, porque o prato não vendeu tanto quanto esperado. Mas o pior ainda estava por vir: os bichos foram descartados e gostaram bastante das terras brasileiras. Sem predadores, os caramujos africanos se multiplicaram e trouxeram riscos à economia e à saúde. A gula dessa espécie invasora destruiu hortas, jardins e plantações agrícolas.


Caso você encontre um desses, não jogue sal, pois o cloreto de sódio pode até matar o caramujo, mas é inútil quando se trata dos ovos e prejudica o solo. O ideal é catar os bichos, protegendo as mãos com luvas ou sacos plásticos, esmagar, jogar cal virgem e enterrar. É comum que esses bichos sejam confundidos com uma espécie nativa brasileira, Megalobulimus sp, conhecido como caramujo-da-boca-rosada ou aruá-do-mato. Observe a imagem abaixo para não confundir!


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